País de Incendiários
Portugal é o país que mais arde na União Europeia, e a principal causa é o incendiarismo. O acto voluntário de pessoas que põem fogo com a intenção de causar dano é responsável por mais de 50% da terra queimada nos últimos anos. Os números a darem-nos força, a dizerem-nos que há um problema para o qual o país não quer olhar. Ainda que todos os responsáveis por criar políticas públicas com quem falámos tenham pouco ou nada a dizer sobre o assunto.
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Durante um ano, percorremos Portugal de norte a sul em busca de incendiários. E não querendo cair naquela soberba citadina tão comum num país obcecado com Lisboa e Porto, é preciso dizer que se vive um ambiente de “fim do mundo” em grande parte do território que não é litoral, ou que não está ocupado com amendoais, olivais intensivos e estufas de frutos vermelhos. Parece que toda a gente partiu e ficaram apenas campos abandonados, eucaliptais abandonados, casas abandonadas, fábricas abandonadas. Restos. Restos de um país que não existe mais. Mas com muito fogo.
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Em Espanha, em 2016 (o último ano com dados consolidados), arderam pouco mais de 69 mil hectares de área florestal. Destes, quase 14 mil foram atribuídos a incêndios provocados por incendiários, 20% do total, segundo dados do Ministério da Transição Ecológica e do Desafio Demográfico. Em Portugal, no mesmo ano, os números foram ainda piores, com quase 178 mil hectares ardidos, 30% dos quais causados por fogo posto.
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Portugal é o país que mais arde na União Europeia, e a principal causa é o incendiarismo. Uma realidade para a qual os responsáveis por criar políticas públicas não querem olhar. Contamos aqui a história de um Estado que abandonou grande parte do seu território e da sua população.
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